"Èṣú ó ó ni yágo loa
Mo fori balé oo”.
ÈṢÚ, abre- me os caminhos
Eu me prosto em reverência".
(Mestre Didi (1917-2013)
ÈṢÚ foi o primeiro ser criado por DEUS. Nasceu do
sopro Divino de ÒLÒDUMÁRÈ sobre um monte de barro.
ÈṢÚ também está ligado ao
culto de`ỌRÚNMÌLÀ. É a Divindade do movimento, ÒRÌṢÀ guardião dos templos, casas, cidades, das pessoas e
mensageiro divino dos oráculos. É o ÒRÌṢÀ da comunicação, da paciência, da ordem, da
disciplina e do comportamento humano. "Sem ÈṢÚ,
tudo estaria parado”. É ele quem abre as portas para levar o ẹbọ (oferenda)
para o Òrún, é ele quem faz a conexão deste mundo com outro mundo. ”E como
princípio dinâmico, é uma divindade neutra"( antropóloga Juana Elbein dos Santos).
Nada acontece sem Ele; para caminharmos, para o fluxo
sanguíneo bombear o coração, o movimento da Terra e das marés, enfim, tudo iria
parar se não houvesse movimento causado por ÈṢÚ. Ele também é o responsável pela transmissão do
poder através da fala. Ele é quem dá aos sacerdotes e sacerdotisas o poder de
acionar as forças espirituais através das evocações sagradas: preces,
encantações, cânticos. Sendo guardião do sistema divinatório de `ỌRÚNMÌLÀ; ÈṢÚ fica presente nas consultas ao Oráculo
e passa a falar em nome de todos os ÒRÌṢÀ trazendo as respostas
em forma de bênçãos ao consulente, por
ser Ele é o intermediário entre os seres humanos e as potências Divinas (Falade Fatunby). Sem a
participação dessa DIVINDADE as respostas interpretadas pelo sacerdote seriam
ininteligíveis para os seres humanos. É Ele quem acompanha atentamente as atitudes e palavras tanto do
sacerdote quanto do consulente, principalmente quanto à sinceridade de cada um
no momento. È também quem fiscaliza
todos os procedimentos desde a consulta até as oferendas. Ele, é quem
transporta as oferendas para o mundo espiritual (ÒRÚN) e, se forem aceitas,
traz de volta a resposta Divina na forma de BENÇÃO solicitada pelo cliente. ( Falade Fatunmbi)O aposento de ÈṢÚ tem de ser colocado na frente da casa de aṣé, nunca deve estar atrás. ÈṢÚ é
LIDER e se aborrece se for relegado.
Não existe nenhum ÒRÌṢÀ sem a companhia de ÈṢÚ. ÈṢÚ é o
ÌRÙNMOLÈ que leva todos os sacrifícios para que os propósitos cheguem ao lugar indicado.
Por isso Ele é indispensável nas atividades diárias dos homens e dos ÒRÌṢÀ.
A palavra ÈṢÚ significa
“esfera” não tem início e nem fim. Ele é quem deve receber as oferendas em
primeiro lugar a fim de assegurar que tudo corra bem e de garantir sua função
de mensageiro.
ÈṢÚ é o senhor do
dinheiro, porque ele sabe que para viver com certa dignidade o seu humano
precisa deste vil metal. ÈṢÚ é sempre o primeiro a ser invocado, é o senhor do
dendê; é ele quem carrega o dendê na peneira.
Ele conhece todas
as nossas reencarnações. É o dono da lei do retomo, pois é exatamente a Sua
função, fazer a lei acontecer. Dentro destas atribuições de cobrança espiritual
e material encontra-se sempre a chance de todos se arrependerem, pagarem por
seus erros e tomarem outro caminho na vida. Se isto não acontecer nesta
encarnação, poderá ser resgatada numa próxima.
É ÈṢÚ quem abre os portais do mundo Invisível
(Òrún). “Falar de ÈṢÚ
não é tarefa fácil”.
Nesta caminhada foi desenhado de muitas formas e foi chamado de inúmeros
nomes: no Jardim do Éden, foi injustiçado, pois fizera dele a serpente que introduziu o primeiro pecado no
seio da humanidade.( Andir Souza). Ao
longo dos séculos foi vitimado com os nomes: diabo, demônio, Lúcifer,
Mefistófeles, Satanás etc....Informamos que na nossa religião, não existem diabos ou Divindades encarregadas de coisas
ruins. No entanto, como tudo
no universo possui de um modo
geral dois lados, positivo e negativo, ÈṢÚ também funciona
de forma positiva quando é bem tratado. Daí ser considerado ÈṢÚ o mais humano dos orixás, pois o seu caráter lembra o do ser
humano, que é, de um modo geral, mutante em suas ações e atitudes ( Wikipédia). Coisas
boas ou ruins são inerentes aos seres humanos. Pelo
pincel do pintor criaram um monstro. A infâmia e o mau gosto do artista lhe fez
uma mistura de homem e besta com longos chifres, pés de cabra, com isso o
pintor afrontou o Próprio Criador (OLÒDÚMÁRE), pois foi ÈṢÚ sua primeira criação. São
mais ou menos mil setecentos e quinze anos que as igrejas não espiritualizadas,
vem levianamente massificando o
subconsciente da humanidade, dizendo que ÈṢÚ é o diabo, isso se propagou e se
perpetuou. Sabemos que o cristianismo era uma religião dominante, seus padres,
pastores ...eram tidos como sábios e foi fácil dominar as mentes humanas
denegrindo a imagem de ÈṢÚ e portanto denegrindo as religiões
espiritualizadas. *(Sociedade Espiritualista Edmundo
Rodrigues Ferro)
Fontes:
·
FERREIRA, Gilberto Antonio de Exu. Exu, a pedra primordial da
teologia ioruba
·
FONTENELLE, Aluizio. Exu.
Rio de Janeiro, Espiritualista, s.d.
·
FREITAS, João de. Exu
na Umbanda. Rio de Janeiro: Editora Espiritualista.
·
MAGGIE, Ivonne. Medo
do feitiço: relações entre magia e poder no Brasil. Rio de Janeiro, Arquivo
Nacional.
·
TRINDADE, Liana. Exu, poder e perigo. São Paulo,
Ícone.
(Sociedade Espiritualista
Edmundo Rodrigues Ferro
Adaptada por IYANIFÀ Gbemi Sola
Lindo texto Asé!!
ResponderExcluirAsé!!!
ResponderExcluirPerfeito. Aboru Aboye Iya Nifa Gbemi Sola, mojuba Iya Otun Oba!
ResponderExcluirPerfeito. Aboru Aboye Iya Nifa Gbemi Sola, mojuba Iya Otun Oba!
ResponderExcluirSou fã do poder da sua palavra! Explicação esclarecedora sobre Esú! Mojuba Iya Otun Oba aboru aboye Iyanifa! Laroyeeeeê!
ResponderExcluirSou fã do poder da sua palavra! Explicação esclarecedora sobre Esú! Mojuba Iya Otun Oba aboru aboye Iyanifa! Laroyeeeeê!
ResponderExcluirGostei muito da explicação.
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