terça-feira, 20 de outubro de 2015

AJOGUN

Ajogun

            O maligno atua sugestionando, levando vocês ao ódio. Ele visa unicamente prejudicar, induzindo-os a sentimentos mesquinhos, a procurar destruir seus desafetos com palavras de desprezo, calúnias, denegrindo a pessoa à surdina e semeando a discórdia. Esse invisível age com os meios de que dispõem, são provocadores de desarmonias, deixam vocês  descontrolados em relação ao dinheiro, leva-os a gastar mais do que ganham, dá origem a processos cancerosos, inibe todas as suas criatividades, desfazendo projetos sonhados, principalmente os que geram dinheiro (levando-os (as) ao total empobrecimento). Ajogun usa eguns sofredores, de índole perversa. Esses eguns se fixam em vocês, vampirizando-os; tão grande é o desespero que os afligem que acabam entrando num buraco negro do qual jamais sairão sem ajuda. A função do sacerdote Oluwo Olori, nesse caso, é adentrar no Ori de vocês, fazendo com que tirem a venda dos olhos e enxerguem com clareza o buraco negro de onde se encontram.  Há vezes em que o Oluwo não tem permissão para ajudá-los (as), pois estão tão cegos (as) no próprio ego, se sentindo tão auto-suficientes, tão orgulhosos (as), vaidosos (sa) e se sentindo tão bem dentro da soberba, que irão dizer: “- eu não preciso de ninguém, não preciso de ajuda, estou ótimo (a)”. Ajogun cresce, beneficia-se e aumenta cada vez mais suas angústias e dores, a ponto de desarmonizá-los (as) com intensa energia para depois sugá-los (as) aos poucos. Ajogun gera situações de esquizofrenia. Este tipo de ação nefasta é muito comum. Trata-se de ação perturbadora da mente. Os hospícios estão repletos desses indivíduos. Frequentemente, alguns enfermos, apresentam quadros mórbidos, estranhos, sem causa médica conhecida, e sem nenhuma lesão evidente; queixam-se de dor de cabeça, sensação de abafamento, ou crises de falta de ar sem serem asmáticos; são chamados de neuróticos incuráveis.  Ajogun atua também na psique induzindo a hábitos viciosos, a idéia fixa com opiniões radicais de ódios injustificáveis contra o próximo e contribue para o aumento do número dos desajustados psíquicos. A melhor forma de extirpar esses estigmas são vocês; façam uma higiene mental, exerçam ativo policiamento de seus atos e modifiquem seu modo de ser com ajuda dos ORÌSÁ e de seu Oluwo!
Não se iludam; o poder de Ajogun é tão grande, que seria impossível descrevê-lo em detalhes, mas sabemos que Ele exerce influência sobre as pessoas que deixam de absorver as energias cósmicas desligando-se do Divino. “Para enfrentar Ajogun é preciso que tenham conhecimento do poder de Deus e bastante proteção dos ORÌSÁ, mas, para afastar o maligno e neutralizar suas ações é importante fazer EBÓ, BORI, se entregar aos ensinamentos de `ORÚNMÌLÀ / IFÁ, amar a OLÓDUMÀRÉ (DEUS) sobre todas as coisas, aos ORÌSÁ e ao próximo como a nós mesmos”.
Devem perceber e se convencer de que o afastamento do Maligno está dentro de vocês, de suas conexões com o COSMO e com OLÓDUMÀRÉ (nosso DEUS maior).
Fonte;
Pesquisa do livro Apometria. Dr. José Lacerda de Azevedo.
Adaptada por IYANIFA Gbemi Sola





quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Divindade ÈSÚ

"Èṣú ó ó ni yágo loa
 Mo fori balé oo”.

 ÈṢÚ, abre- me os caminhos
 Eu me prosto em reverência". (Mestre Didi  (1917-2013)

ÈṢÚ foi o primeiro ser criado por DEUS. Nasceu do sopro Divino de ÒLÒDUMÁRÈ sobre um monte de barro.
ÈṢÚ também está ligado ao culto de`ỌRÚNMÌLÀ. É a Divindade do movimento, ÒRÌṢÀ guardião dos templos, casas, cidades, das pessoas e mensageiro divino dos oráculos.  É o ÒRÌṢÀ da comunicação, da paciência, da ordem, da disciplina e do comportamento humano. "Sem ÈṢÚ, tudo estaria parado”. É ele quem abre as portas para levar o ẹbọ (oferenda) para o Òrún, é ele quem faz a conexão deste mundo com outro mundo. ”E como princípio dinâmico, é uma divindade neutra"( antropóloga Juana Elbein dos Santos).
Nada acontece sem Ele; para caminharmos, para o fluxo sanguíneo bombear o coração, o movimento da Terra e das marés, enfim, tudo iria parar se não houvesse movimento causado por ÈṢÚ. Ele também é o responsável pela transmissão do poder através da fala. Ele é quem dá aos sacerdotes e sacerdotisas o poder de acionar as forças espirituais através das evocações sagradas: preces, encantações, cânticos. Sendo guardião do sistema divinatório de `ỌRÚNMÌLÀ; ÈṢÚ fica presente nas consultas ao Oráculo e  passa a falar em nome de todos os ÒRÌṢÀ trazendo as respostas em forma de bênçãos ao consulente, por ser Ele é o intermediário entre os seres humanos e as potências Divinas (Falade Fatunby).  Sem a participação dessa DIVINDADE as respostas interpretadas pelo sacerdote seriam ininteligíveis para os seres humanos. É Ele quem acompanha atentamente as atitudes e palavras tanto do sacerdote quanto do consulente, principalmente quanto à sinceridade de cada um no momento.  È também quem fiscaliza todos os procedimentos desde a consulta até as oferendas. Ele, é quem transporta as oferendas para o mundo espiritual (ÒRÚN) e, se forem aceitas, traz de volta a resposta Divina na forma de BENÇÃO solicitada pelo cliente. ( Falade Fatunmbi)O aposento de ÈṢÚ tem de ser colocado na frente  da casa de aṣé, nunca deve estar atrás. ÈṢÚ é LIDER e se aborrece se for relegado.
Não existe nenhum ÒRÌṢÀ sem a companhia de ÈṢÚ.  ÈṢÚ é o ÌRÙNMOLÈ que leva todos os sacrifícios para que os propósitos cheguem ao lugar indicado. Por isso Ele é indispensável nas atividades diárias dos homens e dos ÒRÌṢÀ.
A palavra ÈṢÚ significa “esfera” não tem início e nem fim. Ele é quem deve receber as oferendas em primeiro lugar a fim de assegurar que tudo corra bem e de garantir sua função de mensageiro.

ÈṢÚ é o senhor do dinheiro, porque ele sabe que para viver com certa dignidade o seu humano precisa deste vil metal. ÈṢÚ é sempre o primeiro a ser invocado, é o senhor do dendê; é ele quem carrega o dendê na peneira. Ele conhece todas as nossas reencarnações. É o dono da lei do retomo, pois é exatamente a Sua função, fazer a lei acontecer. Dentro destas atribuições de cobrança espiritual e material encontra-se sempre a chance de todos se arrependerem, pagarem por seus erros e tomarem outro caminho na vida. Se isto não acontecer nesta encarnação, poderá ser resgatada numa próxima.
 É ÈṢÚ quem abre os portais do mundo Invisível (Òrún). “Falar de ÈṢÚ
não é tarefa fácil”.  Nesta caminhada foi desenhado de muitas formas e foi chamado de inúmeros nomes: no Jardim do Éden, foi injustiçado, pois fizera dele a  serpente que introduziu o primeiro pecado no seio da humanidade.( Andir Souza). Ao longo dos séculos foi vitimado com os nomes: diabo, demônio, Lúcifer, Mefistófeles, Satanás etc....Informamos que na nossa religião, não existem diabos ou Divindades encarregadas de coisas ruins. No entanto, como tudo no universo possui de um modo geral dois lados, positivo e negativo, ÈṢÚ também funciona de forma positiva quando é bem tratado. Daí ser  considerado ÈṢÚ  o mais humano dos orixás, pois o seu caráter lembra o do ser humano, que é, de um modo geral, mutante em suas ações e atitudes ( Wikipédia). Coisas boas ou ruins são inerentes aos seres humanos. Pelo pincel do pintor criaram um monstro. A infâmia e o mau gosto do artista lhe fez uma mistura de homem e besta com longos chifres, pés de cabra, com isso o pintor afrontou o Próprio Criador (OLÒDÚMÁRE), pois foi ÈṢÚ sua primeira criação. São mais ou menos mil setecentos e quinze anos que as igrejas não espiritualizadas, vem levianamente massificando  o subconsciente da humanidade, dizendo que ÈṢÚ é o diabo, isso se propagou e se perpetuou. Sabemos que o cristianismo era uma religião dominante, seus padres, pastores ...eram tidos como sábios e foi fácil dominar as mentes humanas denegrindo a imagem de ÈṢÚ e portanto denegrindo as religiões espiritualizadas.           *(Sociedade Espiritualista Edmundo Rodrigues Ferro)

Fontes:
·                    FERREIRA, Gilberto Antonio de Exu. Exu, a pedra primordial da teologia ioruba
·                    FONTENELLE, Aluizio. Exu. Rio de Janeiro, Espiritualista, s.d.
·                    FREITAS, João de. Exu na Umbanda. Rio de Janeiro: Editora Espiritualista.
·                    MAGGIE, Ivonne. Medo do feitiço: relações entre magia e poder no Brasil. Rio de Janeiro, Arquivo Nacional.
·                     TRINDADE, Liana. Exu, poder e perigo. São Paulo, Ícone.
                  (Sociedade Espiritualista Edmundo Rodrigues Ferro
                  Adaptada por IYANIFÀ Gbemi Sola